Sabe a saudade?

16/07/2016 15:58

Quem me conhece sabe que às vezes sinto falta de uma época em que eu nem vivi. E quando eu me deparo com o futebol isso não é diferente. É engraçado ler sobre nomes que fizeram história nesse esporte e, ao mesmo tempo, sentir falta desses jogadores. Fausto, Domingos da Guia, Romeu, Rivellino... Eles fizeram a diferença, cada um em sua época. A seleção estava espalhada pelo Brasil e encantava por onde passava. Bem diferente do que é hoje.

É chato saber que de uns tempos pra cá o sonho de um jogador é apenas fazer parte de um time da Europa. Tudo bem, os grandes astros estão lá, mas quando isso virou realidade? Por que o Brasil deixou de ser o local onde os grandes craques vivem? “Ah, mas nós ainda temos craques”, temos? O que eu vejo é uma seleção em que o povo não se sente representado.

E, olha, falta muita coisa. Uma delas é vontade. Quando assisto algumas partidas tenho a impressão que o jogador não quer estar ali. Falta alegria nos pés. A criatividade está sendo encolhida desde as categorias de base, onde estão apenas preocupados com o time, e não com o talento individual. Cadê aquele gênio que surgia jogando pelada na rua? Sumiu.

Em uma conversa que tive com Rivellino, ele lembrou que antigamente os jogadores ficavam mais tempo nos clubes e citou o seu longo período no Corinthians. Rivellino foi um desses que amavam correr atrás de uma bola quando criança. Quando ia para o campo parecia que brincava: distribuía elásticos, dava aqueles chutes com o pé esquerdo... Hoje ele é ídolo.

Aliás, hoje está tudo mudado, sim, eu sei. E isso só me faz respeitar mais ainda quem jogou nas primeiras décadas do nosso futebol.